ORÇAMENTOS – ESTIMATIVAS & REALIDADE

Por Bruno Freitas, 19/06/2023

Em maio de 2023, os alunos do 2º ano do Ensino Médio tiveram a oportunidade de aprender sobre orçamentos domésticos. Nas aulas de Educação Financeira, foram abordados os itens como tipos de salário, fontes de renda e classificação de despesas. Adendo a essas classificações, foram apresentados os principais grupos de despesas de uma família: Moradia, Comunicação, Alimentação, Família, Transporte, Saúde, Educação, Bancos, Lazer e Presentes. Sim, é isso tudo!

Conhecidos esses grupos, o professor Bruno Freitas, em 19/05, desafiou os alunos a estimarem os valores desembolsados em suas casas. Não foram raras perguntas do tipo: “Como vou saber o valor do IPTU da minha casa?” ou, ainda, comentários como: “Não faço a menor ideia de qual valor eu coloco nesse campo!”. Tais falas evidenciaram a necessidade da atividade em voga, cujo objetivo é conscientizar os alunos acerca da realidade monetária de suas famílias. De forma surpreendente, um estudante se destacou ao preencher com rapidez todos os campos da atividade, devido ao seu prévio envolvimento nas discussões financeiras da casa dele.

A terceira etapa dessa ação consistiu em confrontar os valores estimados em cada planilha às realidades financeiras de sua respectiva família. Para isso, os estudantes cumpriram a missão de, na semana seguinte, entrevistar pais e/ou responsáveis financeiros a fim de confirmar as estimativas feitas em sala de aula. Nessas comparações, os grupos Comunicação e Educação apresentaram as maiores convergências, ou seja, os valores estimados para esses em sala de aula eram próximos aos praticados na realidade. No extremo oposto, temos Alimentação e Transporte como os grupos com as maiores divergências.

O formulário supracitado ainda abordava sobre consumo per capita, denotando-o como “um indicativo do quanto você custa à sua família ou, em outras palavras, o quanto seus pais/responsáveis gastam para te manter.” Acerca dessa definição, lançou-se a seguinte reflexão: ”Esse custo (per capita) pode ser entendido como investimento, gasto ou obrigação. Como você se posiciona sobre isso?”. Além dos registros virtuais, os discentes externaram seus posicionamentos em sala de aula, no encontro de culminância da atividade, em 26/05.

Embora houvesse um embate acerca das respostas “Investimento” e “Obrigação”, era unânime o reconhecimento do grupo Educação como o maior investimento que um pai/mãe pode fazer em seu filho. Dessa unanimidade, emerge também um sentimento de gratidão dos alunos aos sacrifícios financeiros que seus responsáveis fazem pelo bem-estar dos filhos, em prol de um futuro melhor.

Essa foi a segunda edição do projeto, cujos resultados se assemelham à aplicação anterior, em 2022. Entretanto, a surpresa dos alunos diante das divergências foi mais intensa em 2023, uma vez que, nessa turma, o índice de jovens que não participavam nem tinham ciência da rotina financeira de suas casas foi maior. Tal fato, sob um prisma pedagógico, é algo muito valioso!